O Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, participou no Cascais International Health Forum 2025, realizado no Estoril, onde apresentou a sua visão para os sistemas de saúde na próxima década.
Na sua intervenção, identificou os principais desafios que se colocam aos sistemas públicos de saúde, com destaque para o envelhecimento da população, a escassez de profissionais e a necessidade de uma gestão mais eficiente dos recursos disponíveis.
“Vivemos mais anos, mas também mais anos com doença. A resposta do sistema tem de acompanhar esta nova realidade, sendo mais preventiva, eficiente e centrada no cidadão,” afirmou.
Referiu ainda que a pressão crescente exige uma abordagem estruturada e integrada, com aposta clara na digitalização e na reorganização dos serviços.
“A digitalização é uma oportunidade para tornar os serviços mais ágeis e próximos das pessoas, mas exige também coragem para reformar estruturas que, muitas vezes, resistem à mudança,” sublinhou.
Álvaro Almeida defendeu um modelo de gestão que reforce a autonomia das instituições, mas que assegure articulação e coerência na rede de prestação de cuidados. Para isso, identificou três pilares estratégicos: foco na prevenção, maior eficiência e satisfação do cidadão, defendendo que os sistemas de saúde devem apostar mais na prevenção e na promoção da saúde, em vez de se concentrarem apenas no tratamento de doenças.
Além disso, defendeu, que é essencial aumentar a eficiência na gestão dos recursos, tanto humanos como financeiros, para garantir a sustentabilidade do sistema a longo prazo.
Álvaro Almeida destacou o papel da Direção Executiva do SNS na coordenação e gestão da rede de serviços de saúde, defendendo uma abordagem que promova a autonomia das instituições, mas que também garanta a coerência e a articulação entre os diferentes níveis de cuidados. A gestão integrada dos recursos, especialmente os mais escassos, é fundamental para assegurar que o SNS possa responder de forma eficaz às necessidades da população.
Apesar dos desafios, o Diretor Executivo do SNS, mostrou-se confiante de que é possível melhorar o Serviço Nacional de Saúde de forma gradual. A sua visão passa por um sistema de saúde mais resiliente, eficiente e centrado no cidadão, capaz de enfrentar as exigências globais da próxima década.
